quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Diretamente do set



Pessoal, falando em nome de toda a equipe da Movietrack quero transmitir a expectativa quanto a realização do documentário.
Nossa euipe já tem uma parceria que beira os 10 anos, e sem dúvida esse trabalho tem um sabor especial, principalmente por se tratar de uma idéia que partiu do nosso grande amigo Jetter.
Já estamos a pleno vapor como podem ver. Na cãmera, Diego Souza e em teste a atriz e modelo Sandra Garcia. Em breve postaremos mais materiais a seu respeito.
Este trabalho é realmente apaixonante! Queremos muito concretizar esse encontro.
Salve Benício!

Gustavo Michelin, produtor

De última hora



... matéria com Benício em edição especial da Playboy para dezembro e com pin-ups inéditas! Imperdível!

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Benício no Ilustra Brasil 2006


Na cobertura que fizemos durante o Ilustra Brasil 3 captamos algumas cenas da palestra e depoimentos de alguns ilustradores e do autor da biografia Gonçalo Júnior. O vídeo faz parte do dvd que estamos apresentado aos prováveis patrocinadores do documentário. Agradecimentos a todos que proporcionaram a realização do mesmo.

http://vids.myspace.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&videoid=1495363830

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Lou Carrigan


Lou Carrigan talvez seja um texano, afinal escreveu mais de 150 pocket-books sobre o Velho Oeste. Ou então seja um oficial do governo inglês pelas tantas estórias de espionagem e policiais (mais de 280, sem contar as da Brigitte que ultrapassam a casa dos 450).
O homem é um fenômeno digno do Guiness Book. São mais de 200.000.000 de exemplares vendidos mundo afora.
Pois Lou Carrigan é o pseudônimo de Antônio Vera Ramirez e mora em Barcelona, onde nasceu em 1934.
Há dias atrás enviei um e-mail apresentando-lhe o projeto e qual não foi a minha alegria ao receber sua resposta intitulada SIEMPRE BRIGITTE. Nela, Carrigan se desmancha em elogios ao Benício, guarda em cds todas as capas da ZZ7, se colocou à disposição para qualquer ajuda e sente muitas saudades dos bons tempos. Ele sonha em reeditar as tramas da Brigitte mas não encontra editores para fazer a proposta. Se o documentário ou esse espaço proporcionarem mais esse encontro, terá alcançado mais um objetivo.
Para conhecer melhor a obra do escritor, vale uma visita ao seu site oficial: www.loucarrigan.com de onde foram tiradas as informações iniciais.
Gracias Mr. Carrigan.
(no alto, ilustração de Lou Carrigan aos 30 anos de idade feita por Pietro Murtana.)

sábado, 25 de novembro de 2006

Essa é demais...


Já começou a chegar material inédito. Vejam que maravilha! Esse selo do Benício veio da coleção do Felipe Name, filho de um grande amigo e verdadeiro irmão, o Gilberto, também diretor e dos bons.
Gilzão, um abraço enorme e obrigado pelo presente.

Na boca do povo


No documentário, Brigitte ressurge nos dias atuais e visita Benício em seu estúdio. Atualizada como sempre, usará a linguagem moderna mas às vezes, deixará "escapar" uma gíria da época. Abaixo seguem mais itens de pesquisa extraídos do Jornal da Gíria: gírias dos anos 60 e 70. Algumas "pegaram" tanto que perduram até hoje.

Gíria Anos 60
aldeia global (nosso mundo)
bacana (bom, bonito)
boapinta (de boa aparência)
boazuda (mulher bonita)
bolinha (estimulante)
cafona (feio)
calhambeque (carro velho)
cara (indivíduo)
carango (carro)
certinha (mulher bonita)
chapa (amigo)
dar tábua (recusar-se a dançar)
duca (ótimo)
é fogo! (é difícil)
é uma brasa, mora! (é espevitada, danada)
esticada (passar por vários restaurantes e bares noturnos)
fossa (depressão, crise existencial)
gamar (namorar)
gata (mulher bonita)
grana (dinheiro)
jovem guarda (movimento artístico musical)
legal! (ótimo!)
mancar (desrespeitar compromisso)
minisaia (saia curta)
paca (muito)
pão (homem bonito)
papo firme (conversa séria)
papo furado (conversa boba)
pé de chinelo (pessoa sem expressão)
pelego (líder sindical governista)
pode vir quente que estou fervendo (excitada)
pra frente (moderno)
quadrado (conservador)
sifo (deu-se mal)
sifu (deu-se mal)
tremendão (rapaz bonito)
uma brasa, mora (bom, ótimo!)
ziriguidum (samba no pé, molejo de mulata)

Gíria Anos 70

Arquibaldos (torcedores de arquibancadas)
aprontar (criar uma situação)
babados (assuntos)
barra (situação difícil)
bicho (amigo)
bicho grilo (pessoa mal vestida)
bicho grilês (idioma de hippies)
biônico (político nomeado pelo governo
bode (confusão)
capanga (bolsa)
careta (pessoa conservadora)
chacrinha (conversa sem objetivo)
chocante (bom ótimo)
chocrível (chocante e horrível)
curtição (aproveitamento)
curtir (aproveitar)
dançou! (caiu!)
dar no pé (ir embora)
dar o cano (não cumprir compromisso)
desligado (distraído)
entrar pelo cano (ser mal sucedido)
estar por fora (mal informado)
falou e disse! (falou)
fazer a cabeça (conquistar uma pessoa)
fofa (mulher bonita)
fofoca (intriga)
geraldinos (torcedores, da geral)
goiaba (bobo)
já era (acabou)
jóia (tudo bem)
legal (ótimo)
maneiro (bom, ótimo)
numa boa (em ótima situação)
podes crer (acredite)
pornô (pornográfico)
repeteco (repetição)
sacou? (entendeu?)
tá legal (ótimo)
tá maus (está ruim)
tô ki tô (estou bem)
tou contigo e não abro (estou do teu lado)
transar (amar)
tutu (dinheiro

Material de Pesquisa 01


Recompor um ambiente histórico para o documentário é uma verdadeira tarefa de garimpo tantos são os materiais e as pesquisas necessárias (fotografias pessoais, documentos, música da época, linguagem, vestuário, costumes, política etc.). A internet ajuda bastante mas na maioria das vezes temos que ir a campo mesmo e até solicitar ajuda. Sempre estarei postando esses materiais de pesquisa.

Na imagem acima, uma foto de Benício e uma ilustração de Brigitte nos idos dos anos 60. A fonte foi um livro de Jayme Cortez, chamado Mestres da Ilustração. Uma raridade que encontrei num sebo e paguei uma pechincha.

Se alguém possuir algum material do Benício e queira ajudar em nossa pesquisa agradecemos de coração. Vale ilustrações de revistas antigas, publicidade, selos, fotos pessoais, qualquer coisa. Créditos serão dados tanto nessa mídia quanto no documentário.

Grande abraço a todos

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Matéria do Estadão - 10/05/2006


Confissões de Benicio, o mestre das pin-ups

Célebre por desenhar mulheres sexies, ele fez mais de 300 cartazes de cinema
Jotabê Medeiros

O mundo começava nos seios de Jandira. Depois, surgiram outras peças da criação: surgiram os cabelos para cobrir o corpo (às vezes, o braço esquerdo desaparecia no caos). E surgiram os olhos para vigiar o resto do corpo. E surgiram sereias da garganta de Jandira.

É assim que começa o poema Jandira, do poeta Murilo Mendes. O ilustrador gaúcho José Luiz Benicio da Fonseca (ou simplesmente Benicio) parece ter nascido predestinado a cumprir a visão do poeta. Autodidata, aos 14 anos, em sua Porto Alegre natal, ele fez seu primeiro trabalho. Desde então, em 53 anos de carreira, tem se esmerado na arte de aprimorar aquilo que os homens consideram a obra-prima de Deus: a mulher..

Benicio parece ter o dom de desenhar mulheres ainda mais perfeitas do que aquelas que o Criador nos confiou. Nos mais de 300 cartazes que fez para o cinema nacional, tem uma obra que poderíamos definir como "covarde": é o autor daquela Vera Fischer avassaladoramente irresistível no cartaz de A Super Fêmea, de Anibal Massaini Neto.
Leila Diniz, Kátia D'Angelo, Marlene Silva, Eva Wilma, Maria Lúcia Dahl: ninguém jamais viu mulheres daquele jeito. Tanto quando Zéfiro (mas sem o grau de penetração deste, com o perdão do sentido ambíguo), ele contribuiu para um tipo de educação erótica da imaginação nacional..

Completando agora 53 anos de carreira, Benicio é considerado o nosso Norman Rockwell (1894-1978), ilustrador americano que elevou a atividade a um patamar de excelência celestial. Mas, como todo santo de casa, Benicio precisou de uma vida inteira para encontrar alguém que o conduzisse ao seu lugar no pódio da ilustração nacional..

O jornalista e escritor Gonçalo Junior é essa alma incansável. Ele conta agora a história do ilustrador gaúcho e sua arte no recém-lançado Benicio - Um Perfil do Mestre das Pin-Ups e dos Cartazes de Cinema (Editora Cluq, 224 páginas, R$ 49,90)..

"É um livro muito bom, ele tirou leite de pedra", diz ao Estado, com infinita modéstia, o ilustrador, que vive no Rio de Janeiro desde 1953 (tornou-se tricolor duplo, torcedor do Grêmio e do Fluminense). Benicio fala como se sua vida tivesse sido pacata. Não é tão verdade, como veremos no livro de Gonçalo. São deles os cartazes dos clássicos Dona Flor e Seus Dois Maridos, Independência ou Morte e do recente Pelé Eterno. Benicio desenhou todos os 31 cartazes dos filmes dos Trapalhões entre 1974 e 1991. Parecia foto, mas não era. Era Benicio..

Fez capas das revistas Playboy, Veja, Ele&Ela, Status. Fez folhinha de calendário para a Shell, nos anos 60. Desenhando 2 mil capas da espiã Brigitte Montfort, em 1963, para a editora Monterrey, em 1963, ele ajudou a companhia a construir um dos maiores fenômenos editoriais do mercado na época. Brigitte Montfort, uma das mulheres que só existiram na sua cabeça (a musa cujo desenho ilustra esta página), muitos diziam que era uma mistura de Marlene Silva e Monique Evans..

Sua versão de Giselle, a Espiã Nua Que Abalou Paris, de David Nasser (1917-1980) virou um sucesso absurdo nas bancas, chegou a vender 500 mil exemplares de cada revista. O êxito era atribuído aos desenhos de Benicio..

Quando foi contratado para desenhar a campanha do Copacabana Palace, sua escolha foi definida assim por Jorginho Guinle. "(Queríamos) um ilustrador que pudesse bem caracterizar muitas das curvilíneas cariocas que costumam freqüentar a piscina do Copa.".

"Muitas vezes as fotos não eram boas, então a atriz tinha de posar para mim", ele conta. Como produziu muito principalmente nos anos 70, era de se esperar que ele tivesse tido problemas com a censura, mas não. "Eu me policiava muito, sabia que não podia dar murro em ponta de faca. Mas de vez em quando eles me pediam para 'levantar' um pouco uma cueca ou uma calcinha, dizendo que estavam aparecendo pêlos pubianos", diverte-se..

Com todo esse toque erótico, por que Benicio nunca fez revistas pornô? Teria ficado rico. "Nunca tive vontade nem chance. Não é preconceito, não", afirma. Também nunca fez HQs. "Considero que, para fazer HQ, tem que ter uma habilidade específica, que eu não tenho.".

Ele não nega a influência de Norman Rockwell, mas também cita outros mestres que fizeram eco no seu trabalho. "Aqueles pintores conhecidos como impressionistas, Lautrec, Serrat, Monet. São os trabalhos mais próximos da ilustração, no meu entender. Eles descobriram uma forma mais alegre, diferente, de enxergar a realidade, sem nunca se afastar muito da realidade.".

O ilustrador, hoje com 70 anos, não se furta a comentar o fabuloso universo das pin-ups atuais, que graças a Deus se recicla continuamente. Ana Paula Arósio? "Não tem sex-appeal, é cândida, ingênua." Gisele Bündchen? "É bonita, mas não é da minha geração. Ela é muito batida para o meu gosto. Sei que a estética moderna é diferente, mas, apesar do rosto muito bonito, o corpo não me chama a atenção." Nicole Kidman? "Carinha meio vulgarzinha, tem uma cara muito estereotipada.".

Pô, o homem é demasiado exigente. Então, quem é que faz a cabeça do ilustrador nos dias atuais? "Luana Piovani. Cláudia Raia. Elas são sexies. Sabe uma que eu acho excepcional, diferente, realmente bonita? Sharon Stone. Tem um charme diferente, daquele tipo que a Marilyn Monroe tinha.".

Entre os desenhistas mais cultuados do gênero erótico, ele surpreende. "Não conheço Milo Manara, desculpe. Gosto do Serpieri, esse é bom.".

O cartaz de A Superfêmea, com Vera Fischer, certamente foi um dos trabalhos que sedimentaram sua fama. Há quem aponte também o cartaz de Dona Flor. "Não acho tão excepcional. Na minha opinião, o cartaz de Independência ou Morte é mais elaborado, mais trabalhoso." Tarcísio Meira em pessoa posou para o cartaz, não sem antes pedir que o ilustrador reduzisse um pouco suas olheiras, acentuadas naquele dia.
Não é fácil achar o livro de Gonçalo Junior sobre o trabalho de Benicio. Em São Paulo, a Livraria Comix (Alameda Jaú, 1.998, tel. 3061-3893) possui exemplares

A história de Brigitte


Em 1964, o editor José Alberto Gueiroz após adquirir uma pequena editora, a Monterrey, decide republicar uma série de folhetins que saíram na extinta revista Cruzeiro, na forma de livros de bolso. Era a série "Giselle, a espiã nua que abalou Paris" escrita por David Nasser, com a colaboração do fotógrafo francês Jean Manzon, que lhe descrevia como havia sido a resistência francesa contra a ocupação nazista..

O roteiro investia no erotismo da personagem com um tom folhetinesco para atrair a atenção do público. Benício ilustra Giselle com toda a sua perícia. Resultado: quatro volumes e 2 milhões de exemplares vendidos...e dai surge o maior problema. Giselle morre no último livro e tanto editor quanto distribuidor vão à loucura! Alguma coisa precisava ser feita....

Gueiroz encontra uma solução criativa: inventa que Giselle tivera uma filha com um espião nazista e a enviara aos EUA para ser criada por parentes antes de ser fuzilada. A garota se torna jornalista e aos 20 anos segue os passos da mãe se transformando em agente da CIA. O sucesso tem continuidade e Benício ilustra a maravilhosa Brigitte Montfort.


fonte: "Benício - o mestre das pin-ups e dos cartazes de cinema" de Gonçalo Júnior.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Sinopse do documentário

Sobe trilha instrumental inspirada nos sucessos da época, em especial as fusões entre bossa-nova, jazz e samba. Close em pés femininos andando pelo calçadão do Rio de Janeiro. Flashes cortam para imagens do Brasil nos anos 60/70 – ditadura militar, seleção brasileira, desfiles de misses, festivais de música, programas e comerciais de TV.
Corta para mulher chegando em uma banca, pegando um exemplar da coleção ZZ7, e pensando alto com voz macia e enigmática:
- “Que saudade... quanto tempo se passou...” close na ilustração da capa.
A ilustração enche a tela e inicia-se um desfile de várias outras entremeadas por pequenos comentários, tais como:
-“Uau! Nessa ele caprichou mesmo, danadinho”...
-“Não é à toa que todos me desejavam”...
-“Não vejo a hora de reencontrá-lo” entre outros.
Corta para close de pincel em pintura a guache no estúdio do artista.
Benício começa a ilustrar uma belíssima imagem de Brigitte e sua voz em off começa a relatar a sua relação com a personagem, o que significou para sua carreira o sucesso alcançado com as edições.
À medida em que a ilustração vai se finalizando, vários cortes mostram nossa heroína se aproximando do ateliê do artista. Quando o último retoque é dado â imagem, a espiã adentra o seu ateliê o encontro se consuma. Como bons e velhos amigos, relembram os anos de convívio quase diário. Porém, Brigitte não quer perder a oportunidade e, curiosa, indaga sobre a vida do mestre.
- Posso te contar muitas coisas, mas como todo artista, sou tímido e pouco dado a auto-elogios, por isso lhe dou a missão de colher junto aos meus amigos, colaboradores e fãs as outras peças do quebra-cabeça. Vejamos se você consegue cumprir mais essa missão.
A partir desse momento são acrescidos aos relatos de Benício os materiais de pesquisa de sua vida e as entrevistas capitaneadas pela estonteante personagem, entre ilustradores de renome, fãs, editores, diretores de arte, produtores, amigos e familiares. Ao final do encontro, com sua vida e obra revelada, Brigitte se despede e pede para o mestre acompanhá-la. Câmera na sacada mostra a bela espiã se despedindo do artista com um beijo carinhoso e entrando em um reluzente Karman-Ghia da época. O carro dispara e Benício acena para a amiga.
Revela-se um cenário de praia em fulgurante dia de sol, com o Morro Dois Irmãos ao fundo. Cenário vira ilustração arquitetônica do artista. Sobe créditos com música tocada ao piano pelo artista.

Brigitte...


A ilustração utilizada no folder, agora totalmente revelada. Não foi à toa o tamanho do sucesso alcançado pelas edições ZZ7 - quinhentos mil exemplares por mês nas bancas. Isso em plena década de 60. Com certeza é um dos maiores fenômenos editoriais que se tem notícia. Além dos enredos bem urdidos pelo autor Lou Carrigan, as explosivas e sensuais ilustrações do Benício contribuíram e muito para o sucesso do empreendimento.

A idéia original

Esse texto faz parte do folder e é indicativo da idéia geral do documentário.

O ENCONTRO DE BENÍCIO COM BRIGITTE MONTFORT

De um lado, o maior ilustrador brasileiro da segunda metade do século XX, José Luiz Benício da Fonseca; de outro, uma personagem carismática, sensual, que ao sair das mãos do artista arrebatou milhões de leitores nas décadas de 60 e 70, Brigitte Montfort, a Baby. Como se fora mais uma espetacular missão que saltasse das páginas da inesquecível ZZ7, pocket-book que vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares em plena ditadura, a sensual espiã de olhos azuis, cabelos negros e corpo escultural ressurge em carne e osso, visita o artista em seu estúdio e desvenda assim a trajetória artística do mestre.
Esse reencontro, cheio de nostalgia e lembranças, traça um painel de um conturbado período político em contraponto com uma produção artística de grande criatividade nas artes gráficas, em especial a ilustração brasileira e a obra de Benício. O mestre tem muito a nos contar, desde sua saída do interior gaúcho para Porto Alegre, onde foi pianista da Rádio Gaúcha, até sua chegada ao Rio de Janeiro, quando entrou definitivamente no mundo das artes gráficas. Benício desenvolveu uma carreira que hoje é motivo de homenagens vindas de toda parte, de estudantes de belas artes ao meio artístico e publicitário.
É todo esse universo que a adorável agente Brigitte Montfort irá apresentar de forma dinâmica, bem-humorada e, obviamente, bastante sensual. Brigitte encontra Benício e o público descobre a arte de um verdadeiro mestre, reconhecendo a importância da ilustração como registro de uma época e elemento forjador de nossa cultura.

Materiais produzidos

Nesta fase de prospeção de patrocinadores produzimos algumas peças tais como: um folder com textos explicativos sobre o projeto e com ilustrações do Benício, um caderno sobre detalhamento técnico e ítens de financiamento e um dvd com a edição do material captado durante a palestra do artista no Ilustra Brasil 2006, um teste inicial com as prováveis Brigittes além dos portfólios da produtora e do diretor. Aos poucos irei disponibilizando algumas peças. Para começar um detalhe da capa do folder. Os olhos fulgurantes da Brigitte criam um clima de mistério e sensualidade. Criação da designer Luciane Santollini.

Onde tudo começou


Em 2005, através do Ilustrasite, o mais importante fórum de ilustradores da internet, soube de uma palestra no Sesc Carmo, em São Paulo com o genial Benício, um artista gráfico que sempre gostei. Poderia assim unir o útil ao agradável: conhecer de perto aquele que por tanto tempo tive admiração e também alguns colegas ilustres da lista, que só conhecia por e-mails. Foi uma noite cheia de revelações, de construção de amizades e principalmente de inspiração. Saí de lá com a idéia do documentário na cabeça e começei a colocar no papel. Conhecer a história que foi contada sobre a importância da literatura popular das décadas de 60/70 e em especial das edições ZZ7 e da deliciosa espiã Brigitte Montfort, através das experiências do Benício e do Nelson Motta, que estava presente também como palestrante, foi muito inspirador.
O Benício é um cara fantástico, um artista que emana conhecimento de seu ofício e de uma humildade cativante para quem tem um currículo reconhecido até internacionalmente.
Resolvi então mergulhar nessa empreitada juntamente com uma produtora, parceira de há muito tempo em vários projetos e com um currículo de extrema qualidade e competência, a Movietrack Cinema e Televisão. Inscrevemos o documentário nas leis de incentivo e fomos aprovados. Agora estamos na fase de captação de recursos e pré-produção do projeto, que pretendemos começar a gravar no próximo ano.
Queria deixar meus agradecimentos iniciais a Montalvo Machado, pelas dicas e entusiasmo; a Orlando Pedroso e a SIB, que abriram espaço para que captássemos imagens da palestra do Benício durante o Ilustra Brasil/2006; a Gonçalo Júnior que escreveu a biografia definitiva "Benício - o mestre das pin-ups e dos cartazes de cinema" pelo carinho, palavras de incentivo e pela autorização irrestrita de seus textos; ao próprio Benício pela paciência e generosidade, ao Kako e a todos os ilustradores que lutam para se manter no ofício com dignidade.
A eles dedico esse projeto.